Advogada explica como solucionar os problemas e estreitar os laços com a vizinhança
Com a pandemia da Covid-19, muitas pessoas passaram a trabalhar de casa. Dessa forma, o tempo dentro das residências cresceu. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), quase oito milhões de pessoas passaram a trabalhar na modalidade Home Office. Uma consequência dessa mudança é o aumento dos conflitos entre os vizinhos.
A maioria desses conflitos, no entanto, foi concentrada nos condomínios residenciais. Segundo a Associação das Administradoras de Bens Imóveis e Condomínios (AABIC), o número de reclamações subiu 300%, somente quando observados os meses entre março e agosto de 2020.
E esse dado permaneceu elevado em 2021: uma pesquisa feita pela Lello Condomínios em abril, mostra que 43,2% dos síndicos entrevistados relataram que o número de ocorrências de barulhos e brigas entre vizinhos cresceu durante a pandemia e quase 24% apontaram que o problema só piorou.
Entre os vizinhos, os conflitos acabam envolvendo questões repetitivas, na medida em que para um o fato pode ser simples e para o outro há um incômodo profundo. Dentre os principais motivos de conflitos, certamente, o campeão é o barulho. Sons ligados e falas em volume que o outro considera alto, manipulação de móveis/brinquedos, utilização de sapatos com salto, pets, reformas, trabalhos ruidosos.
Para a advogada e coordenadora do Núcleo de Práticas Jurídicas do Centro Universitário dos Guararapes (UniFG), Mariana Rodrigues, o síndico tem um papel essencial na intermediação de conflitos. “O comportamento e a forma de gerir do síndico fazem total diferença na gestão de conflitos, na medida em que um comportamento mais punitivista gera mais perdas que ganhos, podendo até acirrar relações, enquanto que uma postura mediadora, além de pacificar conflitos existentes, previne e ocorrência de outros”.
Ainda segundo a advogada, quando houver situações em que o vizinho extrapola os limites é possível buscar uma Câmara de Mediação Judicial ou Extrajudicial, ou ainda um advogado que possa indicar os melhores meios de resolução para aquele conflito em específico. No aspecto penal, é possível registrar o fato também numa delegacia de polícia e aguardar os trâmites legais.
Fonte: https://www.folhape.com.br/