Peritos e bombeiros acreditam ainda que ferragens usadas em sacadas eram insuficientes. Perícia ainda não foi concluída e Polícia Civil instaurou inquérito para investigar o caso.
A Polícia Civil informou neste domingo (14) que instaurou inquérito para investigar o desabamento das 13 sacadas do edifício Cristo Rei no sábado (13) em Belém. Ao menos três câmeras flagraram o momento em que as sacadas atingem o chão, logo após a passagem de pessoas e veículos – veja mais abaixo. Ninguém ficou ferido e o prédio foi evacuado.
Perícias são realizadas para apurar o que aconteceu. A suspeita inicial é que infiltração possa ter contribuído para a queda. Ainda segundo equipes dos bombeiros e da Polícia Científica que estiveram no local, há suspeita também de o prédio não ter passado por manutenção com regularidade. A construção é da década de 1980.
A hipótese avaliada é que a sacada da cobertura se desprendeu e causou um efeito dominó, em que uma caiu em cima da outra. Por isso, as equipes analisaram também a cobertura do prédio.
As ferragens também seriam mais finas do que o recomendado e sem o devido espaçamento para este tipo de construção, conforme avaliação inicial feita no local. O concreto também aparenta estar corroído.
“Subimos para observar o último pavimento, onde foi a possível causa da queda das sacadas. Não tinha quantidade de ferragens suficientes. Por isso quando ela veio a cair, veio a cair em série, em dominó”, detalha Jaime Oliveira, comandante operacional dos bombeiros.
As sacadas do outro lado do prédio estão sendo avaliadas. Os bombeiros vão solicitar o projeto estrutural ao síndico para saber se os mesmos materiais usados nas sacadas que caíram foram usados também nas sacadas do outro lado. Após essa avaliação será definido se as sacadas do outro lado devem ou não serem demolidas pro precaução.
No entanto, segundo as autoridades, só após a conclusão da perícia será determinado com exatidão o que ocorreu.
“As hipóteses ainda estão sendo levantadas pela Perícia Criminal da Polícia Científica, a qual está atuando de forma integrada e colaborativa com o Corpo de Bombeiros do Pará”, informou os bombeiros.
A Polícia Civil informou que “pessoas estão sendo ouvidas, diligências são realizadas” e que também “aguarda o resultado das perícias necessárias para o andamento das investigações”.
Dia das mães buscando itens pessoais
Alguns moradores passaram o dia das mães buscando itens pessoais no local, com acompanhamento dos bombeiros.
“Os moradores estão autorizados a acessarem os apartamentos, individualmente, acompanhados pela guarnição de socorro, a fim de retirarem os pertences mais importantes, como medicações e documentos”, disseram os bombeiros em nota.
O prédio foi desocupado após a queda das sacadas e segue interditado por tempo indeterminado.
“Após avaliação de risco estrutural emergencial, recomendam a manutenção da desocupação total da edificação, tendo em vista a necessidade de um diagnóstico de engenharia mais preciso dos efeitos do desabamento parcial das 13 sacadas de concreto do prédio residencial”, diz ainda a nota dos bombeiros.
Após a queda, a Defesa Civil retirou todos os moradores do edifício. Segundo os órgãos que atenderam a ocorrência, não houve feridos.
O trecho entre entre a avenida Generalíssimo Deodoro e a travessa Quintino segue parcialmente isolado e interditado. Neste domingo (14), duas das três faixas da Mundurucus foram liberadas para o trânsito de veículos.
Vídeos mostram os estragos – veja abaixo – deixados pelo “efeito dominó” da queda, que começou com o varanda da cobertura, de acordo com a Defesa Civil.