Conjunto tem três blocos e 48 apartamentos. Cada apartamento foi ocupado por quatro famílias.
A mobilização, organizada pelo Movimento de Luta por Teto, Terra e Trabalho (MLTT), se instalou no Condomínio Vila do Mar, menos de três semanas após o desabamento de um prédio no Conjunto Beira-Mar, em Paulista, no Grande Recife.
No desabamento do Conjunto Beira-Mar, morreram 14 pessoas e sete ficaram feridas. O prédio estava interditado desde 2010 e tinha sido ocupado irregularmente.
O conjunto habitacional ocupado nesta segunda-feira possui três blocos e 48 apartamentos, ao todo. Segundo os organizadores do movimento, cada apartamento foi ocupado por quatro famílias.
As famílias que ocuparam o residencial vieram de bairros de grande vulnerabilidade social e de infraestrutura, como Jardim Monte Verde, em Jaboatão, onde 17 pessoas morreram em 2022 vítimas de um deslizamento de barreira.
“Essas famílias vieram de bairros pobres, de periferia, da favela. Inclusive, em situação de risco de [deslizamento de] barreira, e são famílias em situação de vulnerabilidade social muito alta”, disse David Lira, presidente do Movimento de Luta por Teto, Terra e Trabalho.
Jéssica Vanessa Gomes foi uma das ocupantes em busca de habitação. Ela morava no bairro do Ibura, na Zona Sul do Recife, e se mudou com os seis filhos para o Condomínio Vila do Mar. “Eles [os filhos] ficaram felizes. Sou mãe solteira, crio meus filhos sozinha e vou vencer”, afirmou.
Ex-moradora da comunidade da Muribequinha, também em Jaboatão, Silvânia Oliveira se mudou com o marido para fugir de desastres naturais.
“Lá está uma área muito precária. Inunda direto, o rio sobe, as barreiras estão todas caindo. Está um terror, todo mundo ficando na rua. Por isso a gente veio para cá. Na rua não pode ficar”, disse a dona de casa.
Resposta da prefeitura
Procurada pela reportagem, a prefeitura de Jaboatão informou que o Condomínio Vila do Mar foi interditado em 2009, pelo Instituto de Tecnologia de Pernambuco (Itep), que identificou afundamento nas edificações. Dos três blocos, dois foram classificados como de alto risco de desabamento. O outro tem risco médio.
A prefeitura também disse que vai encaminhar um ofício à seguradora, pedindo providências sobre a ocupação.
Fonte: https://g1.globo.com/