Decisão foi informada por meio de uma nota divulgada nesta segunda-feira (21), que cita que o casal já havia se envolvido em outras ocorrências e teve “comportamento agressivo e antissocial”
O condomínio Life Ponta Negra informou nesta segunda-feira (21) que vai pedir na justiça o afastamento do investigador Raimundo Nonato Machado e a mulher dele, Jussana Machado, após a briga que deixou uma babá ferida e um advogado baleado em Manaus.
A decisão foi divulgada por meio de uma nota que cita que o casal já havia se envolvido em outras ocorrências e teve “comportamento agressivo e antissocial”. Veja o posicionamento do residencial abaixo.
“Até então, as reclamações tratavam-se de ofensas verbais, praticadas por moradores de uma unidade e por uma prestadora de serviço da outra unidade, destacando-se que o condomínio não possui qualquer prova dos fatos narrados pelas partes, a não ser as narrativas, que além de não confirmadas, foram negadas e que, conforme os moradores, o caso já estava sendo tratado na esfera penal, após os registros de boletins de ocorrência por ambas unidades”, diz a nota.
No dia 13 de julho, o condomínio informou que houve um princípio de confusão entre os moradores, que se ofenderam de forma verbal.
Após o episódio, uma reunião foi realizada na administração do condomínio, no dia 17 do mesmo mês, quando os envolvidos se explicaram, entenderam o posicionamento uns dos outros e se comprometeram a conviver respeitosa e pacificamente, adotando, cada qual, medidas para evitar novas reclamações.
Ainda conforme o condomínio, não havia registros de novas reclamações desde então, quando o conflito entre eles voltou a acontecer na sexta-feira (18). Após a repercussão do caso, eles foram afastados da unidade.
“Em virtude do comportamento agressivo e antissocial dos condôminos agressores, não resta outra alternativa a não ser se socorrer do poder judiciário para que os moradores agressores sejam liminarmente afastados do convívio social no âmbito do condomínio até decisão judicial definitiva, que será requerida após a realização da assembleia agendada para dia 31.08.2023, às 19h”, informou.
A babá agredida disse que está tentando se recuperar do trauma vivido e toma medicamentos para a dor, anti-inflamatórios e até calmantes.
A mulher, que tem 40 anos, veio para a capital amazonense há de um ano e cinco meses para trabalhar como babá e ajudar a compor a renda da família, que vive em uma comunidade rural próxima a cidade. Com um quadro de múltiplas hematomas, a vítima segue com medo até de voltar ao trabalho.
Ao g1, a babá disse que saía do trabalho com uma colega, quando sentiu ser empurrada. Ao se virar, viu uma mulher partindo para cima dela, enquanto um homem a incentivava. Assustada, percebeu que os agressores se tratavam de vizinhos do seu patrão.
“Eu não estava entendendo nada, tentei fugir, corri, foi quando o meu patrão veio e tirou ela de cima de mim. Ela só parou porque ele chegou. Tenho medo só de pensar o que teria acontecido se ele não estivesse lá”.
Raimundo Nonato Machado está preso na Delegacia Geral em Manaus. Segundo a Polícia Civil, ele também vai responder a um processo disciplinar administrativo na Corregedoria da Secretaria de Segurança Pública do Amazonas (SSP-AM).
A mulher dele, Jussana Machado, também está presa. Ela atirou contra o advogado Ygor de Menezes Colares, de 35 anos, que foi atingido na perna esquerda.
Ela foi autuada em flagrante por disparo de arma de fogo, porte ilegal, lesão corporal e ameaça. Em depoimento, Jussana contou que a briga começou porque não gostou de comentários feitos pela babá. E que estava arrependida.
A Polícia Civil do Amazonas disse que não compactua com a conduta do policial civil Raimundo Nonato. “É um caso isolado”, afirmou o delegado geral Bruno Fragas, em coletiva na manhã desta segunda-feira (21).
O crime
De acordo com registros das câmeras de segurança do condomínio, a briga começou após a babá, que é funcionária de um advogado, passar ao lado do casal na saída do elevador do condomínio.
À Rede Amazônica, a funcionária da vítima disse que a mulher do policial civil chegou a agredi-la verbalmente e, em seguida, partiu para agressões físicas.
O advogado, então, correu para apartar a briga entre as mulheres. Imagens do circuito interno de segurança registraram o momento em que o homem tentou controlar os ânimos.
A gravação mostra, ainda, o momento em que o investigador repassa uma arma para a mulher. Com o revólver nas mãos, ela disparou contra o advogado, que foi atingindo na panturrilha esquerda.
O advogado foi atendido e levado para um Serviço de Pronto Atendimento (SPA), na capital. Após os procedimentos, ele foi liberado.
Já a mulher do policial foi presa e no sábado (19) passou por audiência de custódia, na qual a justiça manteve a prisão dela e expediu um mandado contra o homem. Ele foi detido no domingo (20).
Fonte: https://g1.globo.com/