Em SP, vizinhos criam rede de apoio para idosos em quarentena do coronavírus
Moradores do edifício Copan e do bairro Vila Buarque, em São Paulo, se unem para auxiliar pessoas do grupo de risco da doença
A pandemia do novo coronavírus já provocou mais de 6.000 mortes no mundo. No Brasil, o vírus circula entre a população e há casos de transmissão comunitária (quando não se sabe a origem da contaminação) nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro.
O aumento do número de casos confirmados fez com que governo federal, estados e municípios anunciassem diversas medidas para tentar conter a transmissão da doença no país, sendo o isolamento social uma das principais recomendações.
Com a diminuição do contato social, os idosos e outros que estão no grupo de risco, como diabéticos, hipertensos, cardíacos, asmáticos, doentes renais e fumantes, não deverão sair de casa.
Ainda assim, eles precisarão comprar alimentos ou ir à farmácia em algum momento. Preocupados com a situação, moradores de diferentes bairros da capital exercitaram a empatia e se uniram para ajudar aqueles que mais precisam permanecer isolados durante a quarentena do Covid-19.
Residente da Vila Buarque, a jornalista Priscilla Torelli iniciou uma campanha para conectar moradores do bairro que estejam no grupo de risco e voluntários dispostos a os auxiliarem em pequenas tarefas, seja uma ida ao mercado ou ajuda para fazer a feira. A ação teve início nas redes sociais, por meio do Instagram @vilabuarque, e resultou na criação de cartazes que podem ser fixados em prédios da região.
“A ideia é fortalecer a nossa comunidade, para nos unirmos e nos ajudarmos. Vivemos um momento ímpar e todos têm que se ajudar para evitar a transmissão do vírus, principalmente entre os mais vulneráveis”, afirma Priscilla. “É como aquele ditado: se todo mundo limpar a frente de casa, a rua fica limpa. Precisamos nos preocupar com o próximo e fortalecer os laços da comunidade”.
O “recrutamento” também acontece na região da República, onde vive a publicitária Pollyana Mattos. Moradora do edifício Copan, ela implantou uma campanha semelhante no projeto de Oscar Niemeyer. Além de auxiliar os moradores do grupo de risco em pequenas ações do dia a dia, a administradora do perfil The Copan busca esforços para reduzir a solidão dos mais velhos que habitam o prédio.
“Aqui há muitos idosos que moram sozinhos, seja porque os filhos vivem em outras cidades ou são viúvos. Nossa rede de apoio é também emocional”, explica. “Nós temos que ficar isolados, mas também podemos bater na porta e perguntar se está tudo bem com nossos vizinhos. Esse é o momento de exercitar a empatia e ajudar quem mais precisa”, finaliza.
Fonte: https://casavogue.globo.com