Como os residenciais devem se organizar para auxiliar na qualidade de vida dessas pessoas
Primeiramente, o número de brasileiros com idade igual ou superior a 60 anos é de 29,9 milhões, segundo dados da pesquisa World Population Prospects, das Nações Unidas, de 2020. Esse estudo ainda apresenta dados sobre a estimativa de idosos para o ano de 2100. De acordo com a organização, serão mais de 72,4 milhões de brasileiros com esse perfil no fim do século. Dessa forma, é necessário levantar a discussão sobre a oferta de qualidade de vida para essas pessoas no Brasil de hoje. A perspectiva dos idosos dentro dos condomínios.
Bem como, a busca de melhor qualidade de vida e tranquilidade, muitos idosos buscam condomínios para residir. Em síntese, o fator acolhimento e a sensação de coletividade atrai essas pessoas. Como é o caso da dona Dilce Cesa Rovaris, ela conta o que a levou a morar em condomínio:
“É bom morar aqui porque se precisar bater na porta do vizinho ele ajuda. Ele socorre. Tenho uma boa amizade com os vizinhos e com a síndica. Aqui sinto que uns cuidam dos outros. Isso não aconteceria em outro lugar.”
Dilce complementa argumentando que prefere morar em condomínio pela questão da organização também. Ela frisa que no ambiente condominial “sempre está tudo muito limpinho”. Em outras palavras, organização e segurança são pilares que norteiam a escolha de alguém para morar em um condomínio. Por isso, são tão visados pelas pessoas da melhor idade.
Além da dona Dilce, conversamos com síndicos e a secretaria responsável pelos idosos em Balneário Camboriú, para entender quais são as iniciativas focadas para essas pessoas.
Responsabilidade dos condomínios
Segundo Juliethe Nitz, secretária municipal da pessoa idosa, existe uma grande responsabilidade por meio dos condomínios com esses moradores:
“Cabe ao síndico procurar saber se o idoso reside sozinho e contatar a família em caso de situação de risco. Se não houver família, a administração deve registrar um boletim de ocorrência caso haja alguma situação de risco ao idoso ou ele esteja em situação de vulnerabilidade.”
Sandra Holz é síndica profissional, e comenta que, nos condomínios que já trabalhou, estima que de 30% a 40% das pessoas são idosas. De acordo com ela, é necessário identificar sinais para verificar o bem-estar dessa pessoa. Segundo ela:
“Quando o idoso mora sozinho, não tem ou não possui familiares próximos, eu oriento minha equipe a estar atenta. Se o idoso está ausente das rotinas , como muito tempo sem sair do seu apartamento para fazer caminhada , tomar sol ou até mesmo na saída para transportar seu lixo, não é um bom sinal.”
Ter atenção faz toda a diferença
Nestes casos, a síndica explica que toma a atitude de interfonar, telefonar, ou, se não houver sucesso, ir até a unidade para se certificar sobre o que está acontecendo.
Conforme o tema, o síndico de um condomínio em Balneário, Rafael Weiss, também comenta que existe uma preocupação com esses moradores. Ele narra que já chegaram até ele casos de abandono:
“Já tivemos casos assim. É bem complexo, pois a família não está nem aí e você não tem os contatos de ninguém. Eles realmente estão sozinhos. Nestes casos, buscamos as autoridades competentes do município. No ocorrido, o programa Abraço, do município, foi uma excelente alternativa para nos ajudar.”
Programa Abraço
A princípio, o Programa Abraço é uma importante política pública de atenção aos idosos. Em suma, a iniciativa de acolhimento oferece assistência social, atendimento psicológico e orientação jurídica aos vulneráveis. A secretaria Juliethe ainda acresce que Balneário Camboriú é reconhecida como Cidade Amiga do Idoso, pela Organização Mundial de Saúde (OMS).
“Hoje, nossa cidade é uma das poucas brasileiras com uma secretaria voltada exclusivamente para assegurar os direitos sociais da pessoa idosa e promover a sua autonomia e participação efetiva na sociedade. Ou seja, Balneário está repleta de atividades para essas pessoas como aulas de dança, pilates, alongamento e fortalecimento muscular; informática, palestras motivacionais, informativas e etc.”
A perspectiva dos idosos dentro dos condomínios: qualidade de vida
Portanto, além das ações propostas pelo município, é importante que os condomínios também ofereçam condições para auxiliar na qualidade de vida dessas pessoas. Pois, o acolhimento é super importante.
Em conclusão, Rafael ressalta que no condomínio em que administra, cerca de 40% das pessoas são idosas. Dessa forma, ele tem que observar com maior atenção questões que envolvem esses moradores.
“Desse modo, buscamos criar ideias e locais para que eles tenham acesso a atividades. Além da academia de ginástica, equipamos um salão com móveis de jogos, como mesas de carteado, mesa de sinuca e outros. Também criamos uma área de convivência, onde eles podem fazer trabalhos manuais, como costura, pintura e reuniões. O condomínio ainda conta com uma biblioteca para o público em geral.” finaliza Rafael.