O Universo Condomínio conversou com o síndico profissional Eduardo Festa, um dos grandes condomínios do Estado de São Paulo, que nos contou um pouco da sua relação como síndico do condomínio em que mora e também sua relação e experiência como síndico profissional. Confira!
Como começou o seu interesse pela sindicância?
Pelo fato de ter exercido funções corporativas de gerenciamento de Engenharia e planejamento em grandes empresas com muitos colaboradores multidisciplinares, conseguintemente sempre tive habilidades com Gestão de pessoas e contratos, após ter me aposentado e sendo morador no Condomínio Pateo Catalunya fui convidado a participar para exercer a função de Síndico profissional em novembro de 2016.
Há quanto tempo o senhor é síndico? (Quanto tempo como síndico morador e quanto tempo no ramo da sindicância profissional)
As funções exercidas por um síndico profissional são parcialmente e de forma ínfima semelhantes às que sempre exerci.
Sou morador a 6 anos no Condomínio Pateo Catalunya e estou a 9 meses na função com muito orgulho.
Quais as principais diferenças (vantagens e desvantagens) que você viu ao ser um síndico morador e agora como síndico profissional?
A grande vantagem é a facilidade em deliberar as ações, atividades, estratégias, gestão de pessoas no Pateo pois como havia informado sempre o fiz de forma demasiada. Graças a Deus não vejo desvantagens, até pelo fato de ser morador, inicialmente enxergavam que poderia ser complicado por haver interferências, mas nunca dei a liberdade de que interferissem em minha vida, seja após o horário de trabalho, finais de semana ou ligarem em minha casa.
Como está o mercado voltado para a sindicância profissional? Há muitas oportunidades? Qual a tendência?
Vejo um nicho de mercado, principalmente para profissionais capacitados que exerciam funções em grandes corporações e hoje com o mercado recessivo tem a oportunidade de aplicar sua experiência em condomínios como sindico profissional. As oportunidades são inúmeras, pois para mim que sempre tive equipes de engenharia multidisciplinar, planejamentos, DRH, compras, suprimentos, estatística, fabricação, construção e montagem, etc… aplico tudo isso em meu condomínio. A tendência é que os grandes condomínios venham a mudar muito com os profissionais que migraram de outras atividades corporativas e aplicam suas experiências, profissionalizando ainda mais essa atividade.
Quais são as principais dificuldades que você encontra no seu dia a dia?
Existe somente uma dificuldade que se resume no COMPORTAMENTO INADEQUADO, trazendo diversos dificultantes. Infelizmente somente tem olho azul ou verde que nasce com eles, assim é o bom senso, quem os tem consegue respeitar, ao contrário de quem não os tem.
Se você pudesse dar algumas dicas de como gerir bem um condomínio, fugindo de conflitos, inadimplência, etc.), quais seriam?
A melhor dica para ligar com conflitos é enfrentar, conciliar, fazer com que as pessoas se aproximem, se ouçam e se conscientizem.
Para inadimplência é muito complicado. A recessão está acentuando esse índice. Acredito que a grande maioria não paga porque não tem de onde tirar. O Brasil está inadimplente e fazendo com que grande parte de sua população também esteja. O condomínio sofre com tudo isso. Quem estiver morando tem que estar pagando, mas quando eu não puder arcar me mudarei para outro onde meu orçamento possa suportar. Para um condomínio acredito ser admissível uma faixa de 10 a 12% de inadimplência, mas no Pateo estamos com 15%.