Moradores de condomínio em Itajaí aguardam providências da Caixa Econômica e da construtora enquanto lidam com a incerteza de perderem seus apartamentos
São 3 blocos interditados, somando 48 apartamentos. Após a Defesa Civil interditar os blocos devido ao risco iminente de desmoronamento, os moradores foram forçados a deixar seus apartamentos às pressas.
“Da tarde para a noite, tivemos que desocupar, sair daqui. Mas, ir para onde? Para a casa de amigos? Alugar algo? E, na minha situação, precisei emprestar dinheiro para alugar algo de imediato, pois eu não ia deixar minha família em risco” relatou Roberto Martins da Silva, professor aposentado.
Condomínio em Itajaí apresenta problemas estruturais 6 anos após entrega
O condomínio Jomar, no bairro Murta, foi entregue em duas etapas em 2010 e 2012. Conforme os moradores, o local começou a apresentar problemas estruturais cerca de seis anos após a última entrega.
As rachaduras e a inclinação dos blocos preocuparam os proprietários dos imóveis, que acionaram um engenheiro para avaliar o imóvel. No entanto, o custo de quase R$ 5 milhões para readequar a fundação foi considerado inviável, levando os moradores a entrarem na justiça em 2022.
“Entramos na justiça com um advogado para pleitear os nossos direitos e foi visto que a Caixa Econômica Federal tinha uma responsabilidade maior na situação, só a planta e obra que é a construtora, e entramos com este processo”, contou João Gomes, militar reserva aposentado.
A construtora responsável pela obra informou à NDTV Record, por meio de nota, que a Caixa Econômica teria aprovado a construção. Porém, problemas na fundação, que teria sido feita por uma empresa terceirizada, podem ter contribuído para a situação. No entanto, ainda buscam soluções para a questão.
Moradores pedem auxílio aluguel ou indenização
Enquanto aguardam uma solução, os moradores pedem por auxílio, aluguel e indenização, mas ainda não receberam uma resposta concreta. A Defesa Civil afirmou que a interdição só será revogada após um novo laudo técnico, feito por engenheiros, que garanta a segurança do local.
“Ela vai pagar o nosso aluguel? E, o que é pior, nós não temos mais onde morar, o nosso apartamento, eles vão indenizar? Nós precisamos dessas respostas da Caixa Econômica, que é a financiadora”, questionou o morador Roberto Martins.
Caixa Econômica Federal emite nota
A Caixa Econômica emitiu uma nota informando que, após o acionamento dos moradores, realizou uma perícia para avaliar as condições de moradia no local, notificou a construtora e encaminhou a demanda à Defesa Civil. Confira na íntegra:
A CAIXA informa que o Residencial Jomar, localizado em Itajaí, SC, teve suas obras financiadas junto ao Banco pela Planta e Obra Arquitetura e Construções, responsável pela construção, comercialização e entrega das unidades, cabendo ao Banco o papel de agente financeiro da operação.
Diante do acionamento pelos moradores, o Banco realizou perícia técnica com equipe de engenharia para avaliar as condições de habitabilidade e segurança do empreendimento e, de posse do laudo, notificou a construtora responsável e encaminhou a demanda para atuação da Defesa Civil Municipal, que realizou a interdição parcial do empreendimento.
A CAIXA esclarece que os mutuários com contrato de financiamento ativo, podem acionar a seguradora para análise e habilitação da cobertura de sinistro na modalidade de danos físicos ao imóvel – DFI.
*Com informações da repórter Maressa Machado
Fonte: https://ndmais.com.br/