Férias escolares fazem crescer demanda pelos espaços
“As brinquedotecas são uma excelente opção para condomínios. Com os apartamentos cada vez mais compactos, principalmente em se tratando dos quartos, ambiente onde as crianças normalmente brincam, as brinquedotecas coletivas se tornaram mais uma opção de entretenimento sem sair de casa, um ambiente projetado para brincar, que favorece e estimula a autonomia”, conta Dile Tosta, a arquiteta especializada em decoração infantil.
“Nesse período de férias, os meus filhos têm usado mais a brinquedoteca. Como eles tinham aula pela manhã, normalmente desciam de tarde para a brinquedoteca. Agora, estão descendo o dia inteiro, de manhã e de tarde.”, conta Marcelli Jesus, engenheira eletricista.
Segundo Mônica Tayse Silva, gerente do Condomínio Diamond, o fluxo de crianças no espaço reservado a eles aumenta durante o recesso escolar, o que exige um cuidado redobrado com a manutenção dos brinquedos e com a higiene do espaço, diz ela. “Durante as aulas, as crianças ficam um turno na escola e outro em casa. Mas, nas férias, ficam o dia todo em casa, então muitas crianças descem tanto de manhã quanto de tarde”, afirma.
“Planejamos reestruturar espaços que não estão sendo bem aproveitados atualmente, e eles serão transformados em espaços de recreação. Eu, particularmente, tenho uma filha com síndrome de Down e, desde que ela nasceu, despertei para a necessidade de retirar as crianças desses espaços de vídeos e jogos de computador, envolvê-las mais (nas brinquedotecas) como forma de estimulação cognitiva”, conta Alan Meirelles, síndico do Edifício Torre de Petra.
Planejamento
Os condomínios interessados em instalar uma brinquedoteca devem, de antemão, pensar em elementos básicos que deverão compor o espaço, como um piso acolchoado e mesinhas e pufes infantis. Porém, também é necessário levar em consideração a quantidade média de crianças que moram nos apartamentos e a faixa etária, aponta Dile.
Essas informações devem ser buscadas não somente para delimitar a área do espaço que comportará as crianças, mas também para determinar os itens e brinquedos que estarão na brinquedoteca. Segundo Maria Célia Malta, presidente da Associação Brasileira de Brinquedotecas (ABBri), cada faixa etária possui uma demanda específica.
“Brinquedos para crianças até 4 anos de idade têm características próprias. A partir de quatro até oito anos, usamos brinquedos que remetem mais à fantasia: casinhas (de brinquedo), bloquinhos. Já as crianças com nove, dez ou onze anos, que funcionam em um nível intelectual diferente, demandam jogos de tabuleiro. A seleção dos brinquedos está diretamente ligada ao desenvolvimento da criança”, afirma a presidente da ABBri.
Ela ainda conta que condomínios que estão dispostos a investir ainda mais em brinquedotecas podem optar pela contratação de um brinquedista, profissional responsável por selecionar os brinquedos de acordo com a idade das crianças, e pensar em brincadeiras que engajem tanto o público infantil quanto os responsáveis.
“Então, além de organizar a brinquedoteca, o brinquedista controla a frequência, quais os dias e horários mais movimentados. Também faz projetos, como sarau de jogos que envolva pais e filhos, ou brincadeiras que envolvam o avô ou a avó para brincar”, comenta Malta.
Área aberta
Além disso, o espaço da brinquedoteca ainda pode ser alocado próximo a um parquinho em área aberta, possibilitando que as crianças também se divirtam num espaço ao ar livre. “Também é muito importante que (os condomínios) tenham um espaço aberto. Para que eles (as crianças) possam brincar, tomar sol. Viver um pouco ao ar-livre”, diz Zaira Carvalho, síndica do Edíficio Santorini.
Entretanto, com mais crianças frequentando a brinquedoteca, o cuidado com a higiene e manutenção do espaço precisa ser redobrado, ressalta Marcelli Jesus. “Já cheguei a reforçar com o pessoal do condomínio, pedindo para que eles limpassem mais. Já deixaram a brinquedoteca aberta muitas vezes, aí a chuva molha todo o espaço. Também peço para que os responsáveis guardem os brinquedos no lugar quando as crianças terminarem de usar”, relata.
Fonte: https://atarde.com.br/