Por Danilo Vivan
Nestes tempos em que as crianças têm contato com a tecnologia desde cedo e, em geral, são pouco estimuladas a praticar atividades ao ar livre, os playgrounds podem representar uma boa oportunidade para os pequenos deixarem um pouco de lado os games e tablets e desenvolverem habilidades motoras e de convivência.
Os mais modernos são, ao mesmo tempo, lúdicos (interessante para as crianças), seguros (maior preocupação dos pais) e integrados às características arquitetônicas do empreendimento, criando verdadeiros espaços de convivência entre os moradores. “O playground deve servir como ferramenta para ajudar no desenvolvimento da criança. Mas tem de ser, antes de tudo, divertido, já que, hoje em dia os brinquedos disputam a atenção com dispositivos eletrônicos”, avalia Raul Cruz Lima, responsável pela área de Marketing da LAO Engenharia, empresa que desenvolve projetos para as principais incorporadoras.
Entre as principais tendências, estão as chamadas cúpulas geodésicas (em corda e alumínio), redes (de diversos tamanhos), e pontes suspensas – todos capazes de estimular o desenvolvimento habilidades motoras e de equilíbrio. Nessa mesma linha estão as casas suspensas, aparelhos multifunção ideais para espaços que comportam um único brinquedo, por reunirem outros recursos, como as redes, escadas e escorregador. Um exemplo é o modelo Casa do Tarzan, fabricado pela LAO.
Para as crianças menores, de até quatro anos, a recomendação são brinquedos mais simples, como os animais estilizados em eucalipto tratado que, além de estimularem habilidades cognitivas (como as de aprender nomes de animais), são projetados em forma de banco capaz de suportar o peso de um adulto, podendo ser usados pelos pais enquanto acompanham as brincadeiras dos pequerruchos.
Clássicos como a gangorra e o balanço ainda fazem sucesso, mas observando aspectos de segurança que poderiam passar despercebidos 20 ou 30 anos atrás. Cruz Lima destaca, por fim, que, cada vez mais, há uma demanda por brinquedos adaptados para crianças com deficiência. “Trata-se de uma cultura de inclusão, que vem ganhando espaço também nos playgrounds.”
Entre os temas que ilustram os playgrounds modernos as incorporadoras costumam optar por aqueles ligados à natureza e a aventuras – caso do barco pirata, que também possui diversos itens como redes e escadas. Personagens de desenhos animados, mesmo os mais populares, costumam ser evitados por um motivo simples. “O prazo entre o lançamento de um empreendimento e a entrega é de três anos. Nesse ínterim, muitos desses heróis podem sair de moda”, justifica a arquiteta Penélope Bernardo, responsável da incorporadora Trisul. Na You, Inc, a política é parecida: “Evitamos adotar personagens específicos; preferimos utilizar temas como floresta, teatro ou fazenda para criar uma referência ao espaço”, afirma a arquiteta Paula Blankenstein.
O Sonho do Primeiro Imóvel preparou algumas dicas para você modernizar o playground de seu prédio com segurança e facilitando a convivência dos pais-moradores.
Renovando o playground com segurança
Para os síndicos que desejam renovar os playgrounds, uma dica é observar aspectos como prazo de validade dos brinquedos, períodos de manutenção e troca de peças, peso máximo suportado e idade mínima para o uso de cada brinquedo. Os fabricantes devem fornecer todas essas informações que, se possível, devem constar impressas em local visível, para facilitar a vida dos pais e responsáveis. “É importante buscar informar-se sobre todos esses detalhes antes de fechar o negócio”, explica Raul, da LAO. A empresa participou das discussões para a elaboração da Norma NBR 16071, da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), que estabelece parâmetros para a segurança em playgrounds e que vão desde tipos específicos de matérias-primas (espécies de madeira, tipos de plásticos e de aços, etc), níveis de toxicidades desses materiais e equipamentos de proteção obrigatórios que em cada brinquedo.
Outra questão a ser observada é a da segurança do entorno da área em que serão instalados os brinquedos, conforme lembra Paula, da You,Inc. Ela inclui aspectos como a instalação de pisos antiderrapantes e emborrachados (para atenuar as inevitáveis quedas). Também é fundamental evitar quinas, peças pontiagudas e até mesmo plantas venenosas em jardins próximos ao playground. “No projeto e execução é sempre avaliada a questão da segurança na marcenaria e mobiliário, evitando cantos vivos ou algum material que possa oferecer algum risco”, complementa Daniel Chaud, responsável pela área de engenharia da incorporadora MDL.
Por fim, para garantir que o espaço seja mais funcional, vale observar outros dois aspectos na hora de renovar o playground: (a) é importante que fique próximo da brinquedoteca, o que facilitará a vida dos pais que têm mais de um filho; (b) os playgrounds devem ser interessantes não só para as crianças, mas também para os adultos. Isso pode ser feito com a colocação de bancos e algum espaço para que os pais possam conversar entre si enquanto observam seus filhos. Afinal, trata-se, também de um espaço de convivência dos moradores.
Fique atento
- Os brinquedos, mesmo os mais resistentes, têm prazo de validade. Informe-se sobre eles com o fabricante.
- Atenção com os períodos de manutenção dos aparelhos. O fabricante deve orientar em relação a esses prazos e sobre planos de manutenção.
- O zelador, o sindico e os moradores podem colaborar para garantir a segurança nos brinquedos, verificando, a existência de parafusos com folga, lascas na madeira e outros e comunicando imediatamente ao fornecedor.
- O piso do playground deve ser revestido com material antiderrapante e capaz de absorver choques (borracha).
- Evite plantas venenosas e com espinhos nas áreas próximas dos playgound.