Investimento em geração própria pode até zerar gastos com energia nas áreas comuns
Em tempos de bandeira tarifária amarela –e até vermelha–, mudanças no cálculo que mede o risco de faltar energia pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e escassez de chuvas, o aumento no preço da energia elétrica é inevitável. Os grandes consumidores de energia, como os condomínios residencias, são os que mais sofrem com essa instabilidade. Entretanto, é possível passar longe desse problema. Uma das alternativas é se tornar um gerador de energia para consumo próprio, por meio da instalação de usinas fotovoltaicas.
Há exatamente um ano em vigor, a Resolução Normativa Aneel 687/2015 estabeleceu novas regras para geração de energia, autorizando os empreendimentos com múltiplas unidades consumidoras, como os condomínios residenciais (verticais e horizontais), a gerarem a própria energia e ser recompensado por isso.
Funciona assim: a instalação de um sistema de geração própria de energia possibilita que o consumidor compartilhe o que produz com as grandes concessionárias, por meio do Sistema de Compensação de Energia. Dessa forma, a unidade geradora instalada em um condomínio, por exemplo, produz para o consumo e o que não for utilizado é repassado ao sistema da distribuidora. Isso se transforma em crédito, que será abatido das próximas contas do produtor.
Antônio Terra, diretor da ForGreen, empresa especialista em energia renovável, destaca que a economia pode ser grande com a instalação de um sistema de geração própria. “Um condomínio que gasta, em média, R$20 mil por mês com energia nas áreas comuns terá o investimento recuperado em quatro anos. Um sistema fotovoltaico tem vida útil de, pelo menos, 25 anos. A economia ao produzir energia suficiente para consumo e não pagar a conta de luz nos 21 anos restantes é de R$ 5 milhões”, detalha Terra.
Economia sustentável
A tendência mundial é de que qualquer residência, condomínio ou empresa pode gerar a própria energia, o que vem sendo incentivado pelas grandes concessionárias. Afinal, isso diminui a necessidade de investir na construção de grandes usinas e linhas de transmissão. Entretanto, a instalação de sistemas particulares exige planejamento financeiro.
Para tornar viável a instalação de usinas de geração própria, existem empresas que utilizam modalidades de financiamento particular, com taxas, muitas vezes, abaixo do mercado. “O condomínio paga para a ForGreen mensalmente o que costumava pagar na conta de energia, que será zerada com a instalação da usina fotovoltaica. Muito antes do prazo de vida útil do sistema, o financiamento será quitado e ele vai continuar consumindo a energia que produz, sem custos adicionais”, explica Terra.
Para o consumidor, a vantagem é que esse tipo de financiamento apresenta taxas que devem se manter abaixo, inclusive, do aumento anual no preço da energia, cotado em 7%, pelos próximos oito anos, sem considerar os acréscimos regulados pela inflação. “O Brasil só não entrou em colapso energético porque o país não estava crescendo. Por isso, é necessário que o consumidor final também produza a própria energia”, finaliza.