Moradores de um condomínio na região norte de Campo Grande denunciaram ao Jornal Midiamax um vizinho, morador também do mesmo local, por invadir e espionar as pessoas que vivem por ali. Há inclusive vários relatos e boletins de ocorrências registrados contra o homem, de 40 anos.
Uma mulher, digital influencer, de 33 anos, está assustada com a situação. O homem invadiu a casa dela no ano passado, o que foi flagrado por ela. Na época foi feito boletim de ocorrência, colhidas imagens de câmeras de segurança, porém a vítima continua preocupada, já que o homem mora no mesmo condomínio e frequentemente tem se deparado com ele pelas áreas do local.
“Eu desci com meu filho no playground e deixei a porta encostada, já que é um condomínio, local onde eu me mudei buscando segurança. Quando subi a porta estava aberta e encontrei ele no meu quarto. Fiquei sem reação”, explicou a mulher.
O homem, que mexia nas roupas da vítima, sem dizer nada, saiu normalmente do local. Segundo a mulher, nas imagens de câmeras de segurança, constam que no mesmo dia o homem invadiu a casa dela por duas vezes, inclusive se masturbou na escadaria. As imagens foram entregues à polícia.
A mulher relata que foi realizada assembleia no condomínio para avaliar a expulsão do homem, porém o suspeito continuou morando no local. “Eu não sabia, achei que ele tinha sido expulso, mas quando dei de cara com ele comecei a ter crises de pânico”, relata a vítima.
Em grupos de WhatsApp dos moradores, há ainda outros relatos. Uma mulher relata que o homem, inclusive a furtou. “Eu reservei uma churrasqueia e desci com o carvão, coloquei lá e subi para pegar mais coisas, quando voltei o carvão não estava mais lá. O síndico puxou as câmeras e viu ele pegando. Depois ele foi no meu apartamento devolver”, diz um relato.
Medida protetiva
Outro morador, que prefere não se identificar, conseguiu medida protetiva contra o homem depois que ele foi flagrado pelas câmeras de monitoramento espionando seu apartamento por debaixo da porta.
No apartamento do rapaz, o homem não chegou a invadir, mas espionava a esposa da vítima. “O que assusta é a soma de todos esses fatores. Na minha casa ele espionou, na da vizinha ele invadiu. A gente não sabe com quem está lidando”, reclamou o morador, que inclusive conseguiu na justiça medida protetiva para sua família contra o homem.
No processo de violação a domicílio consta que o homem confessou que invadiu o apartamento da mulher. Ele relata que tem transtorno denominado ‘parafilia’ e que procuraria fazer tratamento e terapia para manter controle. Na delegacia, ele relatou estar envergonhado com a situação e se negou a olhar as imagens de câmeras de segurança.
Problemas em outro condomínio
Em depoimento, o homem contou que, em 2018, passou a observar que estava tendo alguns comportamentos estranhos e que chegou a procurar ajuda médica, mas não havia concordado com o diagnóstico.
Ainda no processo, constam outros relatos na época em que o homem morava em outro condomínio, onde tinha o mesmo modus operandi.
Ainda no fim do ano passado, foi solicitado que fosse feito exame de sanidade mental.
“É muito simples ele falar que é uma doença, mas se for o caso, que se trate em lugar adequado, em uma casa. Vai ficar justo e um condomínio cheio de crianças e mulheres. Relatos não faltam Deus nos livre acontecer alguma coisa com uma mulher”, lamentou o morador.
A reportagem entrou em contato com o síndico do condomínio que, por meio de nota, esclareceu que a administração tomou todas as medidas cabíveis no âmbito administrativo, cível e penal, inclusive com a realização de assembleia com os demais condôminos e o preenchimento de Boletim de Ocorrência.
Afirmou ainda que o condomínio não pode expor mais informações por uma questão de segurança e proteção da intimidade e privacidade dos moradores.
Parafilia
É considerado um comportamento sexual que se desvia da norma e, em muitos casos, pode acarretar transgressão da lei, como no caso relatado pelos condôminos.
Defesa
Segundo o advogado de defesa, Pablo Gusmão, seu cliente tem problema de saúde e está fazendo tratamento psicológico. Ainda segundo Gusmão, uma assembleia foi feita no condomínio na tentativa de expulsão, mas em votação foi reprovada a expulsão do condomínio.
Ainda segundo o advogado, o morador está sofrendo retaliações de outros moradores e uma ação já foi movida pela defesa contra o condomínio. Gusmão ainda relatou que o cliente tem evitado todas as áreas comuns do condomínio.
A defesa ainda relata que sobre o furto do carvão não seria o cliente ele o autor como também não teria sido flagrado se masturbando na escada do condomínio.
Fonte: https://midiamax.uol.com.br/