Nas redes sociais, Eddy Junior afirma ter sido xingado de ‘macaco, imundo, feio, urubu e neguinho perigoso’. Assessoria afirma que tirou o artista do prédio e está levantando todas as informações para registrar o boletim de ocorrência na polícia.
O humorista e músico Eddy Junior, de 28 anos, denunciou na noite de segunda-feira (17), pelas redes sociais, que foi vítima de um ataque racista de uma vizinha do condomínio onde vive na Barra Funda, Zona Oeste da cidade de São Paulo.
No Instagram, o rapaz afirmou ter sido xingado de “macaco, imundo, feio, urubu e neguinho perigoso” ao tentar usar o elevador do prédio com a vizinha e a cachorra dele, na última madrugada.
Nas imagens, a mulher aparece discutindo com o humorista e se nega a subir no mesmo elevador que o jovem.
“Cai fora. Não quero ficar com ele. Não vou [subir com ele]. Não quero”, afirma a mulher, que é apartada por um funcionário do prédio (veja vídeo aqui).
Na sequência do vídeo, ela dispara várias ofensas contra o rapaz como “imundo”, “cai fora, macaco”, “cai fora bandido”, “cagão bundão”.
As agressões foram postadas nas redes sociais do humorista, onde ele tem mais de 1,2 milhão de seguidores e mostram a mulher proferindo várias ofensas contra o rapaz.
“Era 2h da manhã, desci com a minha cachorra para ela fazer as necessidades. Na hora que eu ia subir, encontrei com essa vizinha. Foi uma coincidência muito grande. Eu ia entrar no elevador e ela disse que não ia entrar no mesmo elevador que eu. Eu poderia usar o elevador do lado, mas não sou obrigado a mudar de lugar só porque uma mulher racista não quer que eu use o mesmo elevador que ela”, disse o humorista ao SP2, da TV Globo.
“Antes de eu começar a gravar, ela falou várias coisas. Ela falou várias vezes ‘como você tem dinheiro para morar aqui’, ‘não sou obrigada a morar no mesmo lugar com esse tipo de gente igual você’”, completou.
O g1 tenta contato com a mulher que aparece no vídeo, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem.
Alvo de perseguição
Eddy Júnior afirmou que é alvo da família da agressora desde abril, quando começaram as reclamações e agressões verbais por suposto barulho vindo do apartamento dele.
“Me mudei para esse apartamento final de fevereiro. Quando chegou março ou abril, os porteiros começaram a ligar quando eu estava dormindo reclamando de barulho. Mas eu estava dormindo. Foi assim durante vários dias na semana. Às vezes ligava duas vezes na mesma noite. Houve uma reclamação até num dia que eu não estava em casa”, informou.
“Eu nunca tinha nem visto ela. Aí chegou duas notificações de multa pra mim por importunação e barulho. A minha advogada pediu para ler o livro de reclamações do prédio, e tinha muitas reclamações dessa vizinha sobre mim. Mas eram umas reclamações absurdas. Ela falava que eu desligava a máquina de lavar dela, falou que eu hackeei a internet da casa dela, que eu desligava o fogão dela. Alegou que eu deixei ela sem gás. O condomínio até retirou as multas”, afirmou.
Em setembro, o rapaz disse que registrou um boletim de ocorrências por causa de ameaças com faca feitas pelo filho da agressora.
“Teve uma noite que eu estava na cama deitado e a minha campainha tocou. Era umas 3h da manhã. Levantei e o filho dessa vizinha já começou a gritar, dizendo ‘eu vou te matar’. Ele veio com uma faca enorme na mão, chutando a minha porta”, contou.
Ao g1, a assessoria de Eddy afirma que ele saiu do prédio onde mora por conta de ameaças de morte sofridas pela família da agressora e ainda não fez o registro na delegacia, que deve acontecer nesta quarta (19).
Depois do episódio, o humorista confirmou que vai mudar do edifício por causa das ameaças e lamentou a atitude racista dos vizinhos. Ele promete procurar a Justiça contra as ofensas.
“Espero que a Justiça tome a devida atitude que tem que ser tomada. Como eu sofri ameaça, minha advogada me orientou a sair de lá. Mas o mais triste é que estou trabalhando desde 2016 com internet, tentando ganhar dinheiro. Agora que deu certo, que comecei a ajudar a minha família, preciso sair da minha própria casa por causa de pessoas racistas. Isso me deixa muito mal”, declarou o músico.
A equipe do g1 contatou o síndico profissional do prédio, mas também não obteve retorno até a última atualização desta reportagem.
Fonte: https://g1.globo.com/