Pensando em fugir do estresse da vida urbana, mas ao mesmo tempo sem deixar de lado a agilidade da cidade, mudar para áreas rurais em Campo Grande tem sido uma segunda opção de moradia para as famílias.
A transição pode envolver motivos como qualidade de vida, razões econômicas, mudança de hábito, além do sossego da natureza.
Na BR-262, saída para Três Lagoas, está sendo anunciado uma dessas apostas para viver longe do Centro. Condomínio tem 40 chácaras individualizadas, com áreas a partir de 20 mil metros quadrados, custando valor que não é para qualquer mortal: a partir de R$ 1 milhão cada. É mais um investimento aos moldes de locais antigos, como Nasa Park e Terras do Golfe, que têm lagos para quem curte jet ski e assim mantêm um clima mais de veraneio.
Mas a cidade também tem opções bem rurais, a 2,3 km do asfalto. Exemplo está na saída para Rochedinho. O Condomínio CLC (Clube do Laço de Campo Grande) foi criado para quem quer morar em um rancho e criar cavalos.
Por lá, há espaços à venda com 2 hectares, estrutura montada com 18 cocheiras cobertas, casa sede, até pista de laço iluminada.
Conforme explica o corretor João Araújo, para um local ser considerado chácara é necessário ter, no mínimo, 20 mil metros quadrados, ou seja, 2 hectares de terra. Dependendo do local, também não paga IPTU, e sim imposto rural.
Sobre a tendência de morar em locais mais calmos, João diz que pode ser considerado como uma segunda opção de casa. “Eu imagino que seja como uma segunda opção, não como a primeira moradia. As pessoas que compram querem ter os finais de semana com descanso ou se compram é porque já têm a vida mais tranquila”, completou.
O presidente do Secovi-MS (Sindicato de Habitação de Mato Grosso do Sul), Geraldo Paiva, destaca que esse tipo de loteamento chama atenção pelos atrativos.
“Normalmente este tipo de loteamento tem um atrativo além da vida rural. Tem feito sucesso pela vontade de parte da população urbana, em ter um local de paz, lazer, atividade esportiva diferenciada próximo, não muito distante da sua casa”, destacou.
Ele também defende que esse modelo de moradia já existe há, pelo menos, 30 anos na Capital. Alguns exemplos citados inclui a Chácara das Mansões; Chácara dos Poderes; Chácara da antiga Lagoa Rica e as casas em volta do Balneário Atlântico.
“Já existe condomínio de chácara ou segunda casa há muito tempo em Campo Grande. Esta modalidade de parcelamento veio com a opção de moradia ou segunda moradia sem o estresse da vida urbana. Os empreendimentos antigos são dotados de pouca infraestrutura, o que atrasa a ocupação. Os mais modernos além da infraestrutura possuem atrativos, sejam esportivos ou de lazer”, pontuou.
A vida sossegada foi o que chamou atenção do estudante de Zootecnia, Victor Hugo Mendes, de 25 anos. Ele e os pais moram na Chácara das Mansões, onde têm um hectare de terra.
“Não tenho palavras para descrever o sossego, a tranquilidade, fora do tormento da cidade. O campo eu não substituo jamais pela cidade. Acordamos, tomamos café, alimentamos os animais”, diz com brilho nos olhos.
No momento em que a reportagem chegou, ele estava preparando a massa para construir uma cozinha do lado de fora. Além de piscina, a casa tem três quartos, sendo uma suíte.
Victor comenta ainda sobre a facilidade em chegar na região urbana em apenas 10 minutos. “Sempre que precisa, vamos na cidade, principalmente nas Moreninhas, que tem tudo. Daqui na conveniência são 10 minutos. Esse sossego, a gente preza muito, não tem moto barulhenta, tem segurança”, contou.
Na Chácara das Mansões, que no caso é o nome do bairro, a diferença é a estrutura, sem lazer comunitário e sem portaria, por exemplo. No entanto, as características são parecidas com a de um condomínio, já que são várias áreas uma próxima da outra.
Fonte: https://www.campograndenews.com.br/