O Universo Condomínio bateu um papo com Madson Duarte Leite da ENTRI – Portaria Remota, que nos contou um pouco de como funciona a portaria à distância. Até porque, essa é uma “nova” modalidade que ainda traz muitas dúvidas para o síndico, a administração e principalmente os condôminos. Confira!
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Como funciona o sistema de portaria virtual?
O sistema consiste em fazer remotamente tudo o que um porteiro faz sem sair da portaria. EX: Identificar, fotografar, abrir e fechar portões, avisar os condôminos de visitas e entregas entre outras atividades.
E como isso é feito?
De forma simples, a Portaria Remota é uma integração entre vários sistemas, CFTV, Alarme, Controle de Acesso, VOIP e Rede Lógica.
Como é o processo?
- O interfone é acionado e um operador remoto faz o atendimento.
- Após identificar o tipo de chamado perguntando se é uma visita técnica ou social, faz se a coleta de dados do motivo da visita.
- De posse dos dados é feito o chamado para a morador, as chamadas são feitas de acordo com a solicitação do morador para a hierarquia de números a serem discados
- Com a autorização verbal (O áudio é gravado) é retornada chamada para o visitante e o mesmo é liberado.
Para a visita social, Amigos, Parentes… é feito um cadastro rápido com apenas o nome do visitante e um dado numérico para facilitar a busca futura. Para o visitante prestador de serviço ou entregador, é feito um cadastro com Foto, Nome da Empresa, Tipo de Serviço, Nome do Prestador e dados pessoais completos.
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Todos os tipos de condomínios podem instalar ou há alguma restrição?
Não, alguns condomínios não comportam o sistema, por exemplo, se o fluxo de entrada de visitantes e entregadores for muito alto em um condomínio, demandará da prestadora de serviços um atendente específico para o condomínio e isso já inviabiliza o controle de acesso rápido e o atendimento será prejudicado gerando demora nas liberações e isso inviabiliza a operação e o retorno financeiro para a empresa prestadora.
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Quais benefícios o condomínio tem, quando se instala esse sistema?
Podemos citar vários, mas vou falar dos três que considero as principais:
Segurança – Como o atendimento é feito de forma remota, o atendente não sofre a pressão para fazer uma liberação com cadastramento incompleto como acontece com o porteiro presencial, seja essa coação feita por moradores ou visitantes, com o Atendente Remoto, somente após a identificação precisa e a autorização do morador é que a entrada é liberada.
Ações Trabalhistas – Com a Portaria Remota não existe o vínculo empregatício e o condomínio não fica refém de uma rescisão com valores vultuosos, situação essa que acaba pela decisão de manter profissionais ruins empregados apenas por falta de caixa para a dispensa do mesmo.
Faltas e Férias – Estas deixam de existir e o condomínio não precisa mais se preocupar com esses itens ou mesmo com 13º salário entre outras preocupações financeiras cotidianas.
Redução do custo mensal – A redução pode chegar a 50% do valor e em alguns casos até mais. Mas para conseguir fazer melhorias e revitalizações no condomínio, alguns síndicos optam por não baixar o custo imediatamente, o que fazem é administrar esse recurso extra que vem da diferença entre o que é pago e o que se gasta, para colocar em dia as melhorias citadas acima, e somente depois é que reduzem os custos para os moradores.
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Como é o processo de adaptação do condomínio com a portaria virtual?
O processo depende do público e do que está levando o condomínio a procura do sistema de Portaria Remota, (Segurança, Redução de custos, Garantias trabalhistas…) para entender melhor, temos que dividir os condomínios em categorias, como por exemplo: Populares, Classe média e de Alto Padrão, e quanto a construção em Verticais e Horizontais além de quanto ao tempo de vida, Novos ou Antigos.
Diante desses dados percebemos que quanto mais nova a construção, mais rápida e positiva será a resposta, vemos ainda que nos condomínios populares os moradores veem como um incremento de classe social possuir um sistema de alta tecnologia com entrada por biometria por exemplo, mas se um empreendimento com as mesmas características for mais antigo, com condôminos com mais de 20 anos morando no local e porteiros antigos, a resposta será completamente distinta, muita coisa será levada em conta como por exemplo, a amizade entre morador e porteiro e ainda o sentimento de estarem tirando o emprego de alguém próximo e já com idade avançada e que terá dificuldades de conseguir um novo emprego.
Em condomínios de Classe Alta, existe de forma bastante diminuta o sentimento de amizade e proximidade com os porteiros, mas a partir do momento em que um parente vem fazer uma visita e é exigido que ele se identifique, o morador se sente ofendido pois anteriormente sua visita entrava sem muita explicação e por isso levará mais tempo para perceber a melhora na segurança e os outros benefícios que um controle de acesso primoroso trás.
Pela média, verificamos que o aceite como positivo da maioria dos condomínios leva em torno de 60 a 180 dias. Passado esse período, o processo é incorporado e as reclamações tornam se mínimas.
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Quais investimentos o condomínio deve fazer para trocar o tipo de portaria?
Basicamente existem três modalidades:
Compra – Tem sido cada vez menos utilizado porque os custos com manutenção e melhorias ficam por conta do condomínio.
Comodato – É o meio mais utilizado pois o condomínio não precisa investir na compra e a prestadora do serviço se compromete com as manutenções e melhorias do sistema sem custo para o condomínio.
Locação – É menos utilizado pela necessidade de vários contratos, em geral, de locação, de atendimento e da manutenção mensal.