Um condomínio, preocupado com notícias de invasão em sua região, resolveu formar comissão para criação de plano de segurança a ser implementado visando correção de falhas e vulnerabilidades. Fui contratado para, incialmente, levantar falhas e vulnerabilidades físicas, eletrônicas e procedimentais, principalmente, em relação ao controle de acesso de pessoas, veículos e mercadorias.
Em seguida, após várias reuniões presenciais, por telefone e on line com os conselheiros, estabelecemos projeto de segurança extremamente viável. O fato interessante, é que em todas as reuniões marcadas da comissão de segurança, era afixado nos elevadores convite estendido a todos os moradores para participarem e colaborarem, mas nenhum se mostrou interessado em acompanhar e se inteirar do projeto que estava sendo produzido.
Curiosamente, no dia da apresentação do trabalho técnico em assembleia, alguns moradores se mostraram contra algumas estratégias preventivas, mas ficou nítido que tinham parcos conhecimentos sobre o assunto tratado. Ou seja, era mais achismo/opinismo, sem nenhum embasamento técnico, gerando, assim, polêmica desnecessária e arrastando a reunião por mais tempo. Ficou claro que alguns condôminos defendiam mais a comodidade do que o aumento no nível de segurança, mas isso é absolutamente normal em qualquer assembleia condominial, quando o assunto é segurança coletiva. Nem todas as pessoas têm a mesma linha de raciocínio e prioridades.
No final, após algumas discussões e arranca rabos, moradores insatisfeitos pleitearam o adiamento da votação, o que não foi aceito pela direção dos trabalhos, tendo em vista a urgência de implementação de novas medidas de segurança para sanear falhas gravíssimas que poderiam gerar invasão criminosa a qualquer momento. A decisão foi de dividir o projeto em partes para ser colocado em votação. Ao final, 75% foi aprovado e o restante ficou de ser analisado em outro momento.
Após quase 25 anos realizando projetos de segurança para condomínios residenciais em todo Brasil, posso asseverar que a maioria dos empreendimentos residenciais têm que saber lidar com a “turma do contra”.
Por isso a importância de ser formada comissão de segurança qualificada e unida para que o síndico não trabalhe sozinho. Contando com esse grupo de apoio, ficará mais fácil vencer resistências às mudanças e assim, realmente, ter local com bom nível de segurança para se morar.